quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A Floresta está de luto!

A convite do nosso amigo Pimentel, vou dar início à minha contribuição neste blogue com um pequeno texto que estive para aqui a "ruminar", para trabalhar com os meus alunos na sala de aula. Fala sobre os animais (estamos a trabalhar este tema em Estudo do Meio)  e pretende colocar a turma a reflectir sobre as acções dos personagens da história.

A Floresta está de luto

Certa ocasião, a lebre, decidiu dedicar-se ao cultivo de cogumelos exóticos, como forma de “matar” o imenso tempo que lhe sobrava entre as diversas corridas de atletismo.

Os animais da floresta estavam admiradíssimos com o empenho da lebre, que já tinha reunido uma quantidade significativa de espécimes raros de cogumelos.

 Tinha o estragadiarreicus, conhecido pelas suas qualidades na luta contra a diarreia; o estripocalus, que elimina ao calos mais persistentes que, no caso da lebre, até lhe fazia jeito por causa das corridas, e até o raríssimo e perigosíssimo, belezicolus, usado para fazer uma máscara de beleza que elimina as rugas mas que, quando ingerido, pode causar a morte.

A lebre teve o cuidado de colocar uns cartazes na sua vedação já em muito mau estado, onde se podia ler, entre outras coisas: “cogumelos venenosos”, “cuidado com o cão” e “vende-se cogumelos”.

Os filhos da família Texugo, vizinhos da lebre já tinham sido alertados por esta para o perigo de persistentemente entrarem pelos buracos da vedação para brincarem no meio dos seus terrenos. A lebre, que se encontrava de relações cortadas com a família de texugos há vários anos, mandou inclusive, uma carta em correio azul, registada e com aviso de recepção, despertando os pais para o perigo que representavam as constantes visitas dos seus filhos ao seu terreno.

Deu-se o acaso da tartaruga, o carteiro rápido e eficiente da floresta, a exemplo dos nossos correios, num dia tempestuoso, perder um número significativo de cartas, levando à letra aquele ditado “palavras leva-as o vento”. Acontece que entre essas palavras, ia a carta da nossa amiga lebre.

Nesse mesmo dia, o pica-pau, furioso com a intensidade dos ventos que lhe abanava as árvores todas, deu-lhe para comer os cartazes em madeira com os avisos que a lebre tinha colocado na sua cerca.

Os texugos, pequenos inocentes, não vendo qualquer cartaz na vedação, julgando que os cogumelos já não apresentavam qualquer perigo decidiram provar alguns dos afamados cogumelos, entre eles o famigerado “belezicolus”.

No dia seguinte realizaram-se três funerais na floresta. A família texugo estava de luto profundo.

Quem teve mais culpa pela morte dos texugos?

1-    A lebre

2-    Os texuguinhos

3-    Os pais dos texugos

4-    A tartaruga

5-    O pica-pau

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